Recuperação de Áreas Degradadas da Floresta Amazônica

Meu nome é Sergio Vergueiro, sou brasileiro, nascido na cidade de São Paulo em 31/01/1939, sou casado há 60 anos e tenho 6 filhos. Sou engenheiro agrônomo formado pela ESALQ-USP em 1960 e tenho dedicado minha vida à Amazônia, desde 1965. Desenvolvemos a domesticação da espécie da castanheira-do-brasil na Fazenda Aruanã, situada na região de Itacoatiara-AM, superando diversos desafios e, juntamente com a colaboração da EMBRAPA e do INPA, conseguimos tirar a castanheira do risco de extinção, produzindo mudas em nosso viveiros, aprendendo a enxertar, além de dispor de créditos de carbono oriundos desses plantios. Com esse trabalho, recuperamos 3.700 ha de pastagem com o plantio de 1 milhão e trezentas mil castanheiras que estão em fase produtiva. Criamos a marca ECONUT das castanhas orgânicas e cultivadas na Fazenda Aruanã, que são vendidas no mercado brasileiro desde 2010. Além disso, a madeira de castanheira plantada pode ser usada para a tanoaria, tanto de barris de vinho ou cachaça, pois a madeira de castanheira possui propriedades semelhantes ao carvalho. Nossa experiência, de mais de 50 anos de trabalho, comprova e demonstra que é possível e viável recuperar áreas degradadas tanto em larga escala como nas pequenas áreas desmatadas dos habitantes da floresta amazônica, de forma sustentável. Para recuperar as áreas de pequenos desmatamentos, desenvolvemos o Projeto Excelsa, em parceira com o IDAM (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas) e a FAEA (Federação da Agricultura do Estado do Amazonas), que já distribuiu 1 milhão de mudas para mais de 200 comunidades no Amazonas desde 2006. Além da castanheira, temos desenvolvido em nossos viveiros a produção de mudas de outras espécies amazônicas como o cumaru, jatobá, copaíba e tachi-branco.