Monica Oliveira

Monica Oliveira

Minas Gerais

Monica Oliveira

Sou psicóloga, formada na UFMG em 1984 e especialista em Autismo com Abordagem em Psicanálise, PUC/MINAS em 2019. Tenho 60 anos e sou natural de Belo Horizonte/MG. Tenho um único filho, Pedro Ivo, um adulto de 33 anos que é portador de Autismo e Epilepsia. Sou atleta de alto rendimento e o esporte que pratiquei no Minas Tênis Clube era a natação.

Ao ingressar na faculdade de psicologia em 1979, já tinha um objetivo claro; eu queria me dedicar à psicologia do esporte, principalmente na área do futebol. Não existia ainda a cadeira de psicologia do esporte, mas já havia psicólogos atuando na área. Quando me formei fiz uma proposta ao Clube Atlético Mineiro de desenvolver um projeto de trabalho junto aos jogadores juniores e depois evoluir levando o trabalho também ao profissional. Estive no CAM de 1985 a 1986 e meu filho nasceu no Galo. Pedro Ivo era um bebê atípico: extremamente excitado, tinha graves problemas digestivos e chorava muito; só aceitava ficar comigo, mas apesar disto, a pediatra não encontrava nele nenhuma alteração clínica.

Procurei o Presidente do CAM e fiz a ele uma proposta de desligamento, porém com retorno já com um projeto pronto, quando Pedro Ivo já estivesse mais maduro e frequentando uma escolinha. Nunca pude voltar. Pedro Ivo foi diagnosticado aos três anos com autismo e eu resolvi por bem fazer concurso público, para ter direitos trabalhistas que me possibilitassem trabalhar, mas ter direito de acompanhar meu filho. Eu até pensava que mais tarde, quando tudo já estivesse mais organizado, eu voltaria a trabalhar com a psicologia do esporte, mas não foi assim que aconteceu. Fui empregada da Caixa Econômica Federal, no INSS e na Justiça Federal onde me aposentei em 2015.

Quando me aposentei, até vislumbrei fazer uma especialização em psicologia do esporte, no entanto, todo mundo me puxou as orelhas. Eu já tinha meu livro publicado: “Pedro Ivo Autismo Em Prosa E Verso”, onde narro a minha história com Pedro Ivo. Fui também Presidente da Associação de Autismo em Belo Horizonte e estava sempre presente em eventos, também como palestrante. Proferi palestras em algumas faculdades: Newton Paiva, UFMG, FUMEC e PUC Minas.

Agora, depois de concluída minha especialização tive proposta de trabalhar em consultório, mas acabei por entender que a minha grande paixão são as palavras. Gosto muito de escrever, de ler e palestrar como profissional é o maior desejo da minha vida hoje. Adoro falar para o público. Já me perguntaram se eu procuro notoriedade, isso não é o que eu procuro com as palestras, mas sim passar mensagens que possam ser plantadas nos corações e que se transformem em jardins cultivados.

Palestras

Esporte e Lazer
Aprendi na prática o que é ser um atleta durante os anos em que estive ligada ao Minas Tênis Clube como nadadora amadora. Éramos considerados amadores porque a modalidade não era profissional, no entanto, treinávamos de segunda à sábado. O clube participava de diversos torneios estaduais e nacionais e éramos cobrados ao extremo. O Minas sempre foi um clube de ponta e minha vida era regida por foco, determinação, dor e muitas alegrias, pois nossa equipe era muito boa. Conheço bastante a linguagem de ser um atleta na prática.

Decidi que queria trabalhar com o futebol por conta do DNA de minha família. Meu avô e o irmão dele eram médicos, mas jogavam futebol no CAM em 1925, meu pai era conselheiro do CAM e minha mãe uma torcedora apaixonada. Minha mãe também foi nadadora do Minas Tênis e todos nós em casa, éramos em sete, fomos esportistas das modalidades: futebol, natação, judô e handebol; também joguei handebol, era goleira.

Compreendo perfeitamente a linguagem dos atletas e o funcionamento dos clubes e entendo que seria uma palestrante perfeita para motivar e ensinar a superação aos atletas.

Motivação e Resiliência
Estes dois temas andam juntos para mim. Toda a minha resiliência sendo capaz de me moldar aos acontecimentos mais difíceis, tais como: criar meu filho sozinha, não havia quem trabalhasse com autismo em 1986 e Pedro Ivo tem um autismo severo. Não tinha escola, domésticas não paravam na minha casa e o pai de Pedro Ivo me ajudou mais quando nos separamos e ele parou de atrapalhar. Ao lado disso tinha que trabalhar porque eu sempre fui independente e também a provedora de Pedro Ivo.

Quando Pedro Ivo fez dez anos também passou a ter crises epilépticas de difícil controle: não responde à medicação, usa uma prótese que é um aparelho estimulador cerebral que melhorou o quadro em trinta por cento. Ele tem quedas homéricas e tem a cabeça toda costurada de tanto que já precisou de pontos cirúrgicos.

Com toda esta dificuldade, nunca quis internar o Pedro Ivo e trato tudo com muito bom humor; o próprio Pedro Ivo é muito bem-humorado também. Já aconteceu de chegarmos no hospital e vários auxiliares quererem nos ajudar para ouvir minhas palavras e se entreter com o bom humor de Pedro Ivo.

Em todos os órgãos públicos que estive, trabalhei no balcão e sempre tive clientes que iam lá só para se aconselhar, conversar, me ouvir falar das minhas ideias, que são bastante originais. A diretora da instituição que Pedro Ivo frequenta tem uma frase que diz tudo sobre minha personalidade: “Mônica! Você é muito engraçada!”, entendo que essa é minha maior qualidade, sou mesmo muito engraçada. Me sinto sempre em graça! Encaro todas as adversidades com muita calma, alegria e emoção.

Tenho uma capacidade, elasticidade enorme, resiliência de ir ao extremo da dificuldade e estar sempre de bem com a vida. Toda esta capacidade traz motivação e alegria para quem ouve.

Espiritualidade
Somos seres compostos por uma tríade: corpo, mente e alma. A alma nada mais é do que o espírito, não falo de religião, mas de energia que nada mais do que a nossa espiritualidade.

Quando eu tinha sete anos já falava que ia ter um filho autista e que ia cuidar dele sem pai. Falava de suas características físicas e já tinha escolhido o nome: Pedro.

“Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra…”. Não entendo as pedras como seres inanimados, mas com uma animação diversa dos humanos, que se modifica mais lentamente, porém em um contínuo eterno. E minha “pedra mais querida” é Pedro Ivo que tem nome duplo por conta de um herói da Revolução Pernambucana: Pedro Ivo e eu adoro história.

Minha primeira palestra foi em um Congresso de Medicina Alternativa no Sul da Bahia. Cursei Medicina Chinesa com especialidade na Acupuntura e proferi uma palestra sobre Acupuntura e Psicologia. Procurei a medicina chinesa pois eles trabalham com as energias das estações, dos nossos órgãos, enfim, trabalham com uma espécie de movimento que acompanha nosso espírito. Cheguei a trabalhar, durante dois anos como assistente de um médico psiquiatra, mas que também tinha minha formação.

Também mergulhei muito na espiritualidade por causa desta questão de já conhecer a forma que meu filho viria para este mundo e porquê eu nem mesmo tinha capacidade biológica de procriar, assim é que Pedro Ivo é meu filho único. Fui atrás do espiritismo, vidas passadas, mas o que realmente fez sentido foi a energia da medicina chinesa, correlata à ideia de inconsciente coletivo. Isso é espiritualidade, não podemos viver só a matéria porque a luz que nos emociona, que nos faz progredir com amor é a do espírito.

Autismo
Autismo é minha vida, minha missão, meu x-tudo! Passei vinte e sete anos sem conhecê-lo, mas sabendo que ele viria e ele veio. Já fazem trinta e três anos que acordo, durmo, viajo, como, sonho, choro e principalmente sorrio com o autismo de Pedro Ivo.

Já proferi palestras em várias universidades sobre o tema, mas em geral, falando sobre minha experiência de vida. Tenho meu livro editado fisicamente e ele também está numa plataforma digital: HOTMART, disponível para venda.

Agora que concluí minha especialização me sinto mais apta a proferir também palestras técnicas com enfoque na psicanálise. Tenho ainda a intenção de escrever outro livro, utilizando dos recursos técnicos e também para falar de música. Pedro Ivo nasceu músico, mas só depois do lançamento do meu livro, em 2013, encontramos profissionais capazes de trabalhar a música com ele e entender suas diferenças. Ele faz sessões de musicoterapia em casa e toca numa banda lá da instituição que ele frequenta que é um Centro de Arte e Cultura.

Pedro Ivo, seu musicoterapeuta e também a banda, possivelmente, tem disponibilidade para fazer eventuais apresentações durante minhas palestras sobre o tema. Enfim, também me utilizo do tema: autismo em palestras motivacionais.

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